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segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A política e o filosofar


O povo brasileiro tem a oportunidade de, no próximo dia 5 de outubro, escolher os prefeitos e legisladores municipais. É um tempo propício de exercer e amadurecer o nosso jovem Estado democrático.

No decorrer da história ocidental muitos filósofos escreveram sobre a temática política. Dentre muitos destaco: Platão na obra A República, almeja um Estado perfeito, Aristóteles no primeiro livro da obra A Política define o homem com “naturalmente um animal político destinado a viver em sociedade”. Para Agostinho os homens que vivem para Deus estabelecem a Cidade divina; Maquiavel em o Príncipe, descreve de forma realista a política praticada, no século XVI, Hobbes no Leviatã teoriza um Estado absoluto; Karl Max analisa as relações entre as classes, a burguesa e proletária. Detecta-se nestes os filósofos citados , a necessidade de uma forma de governo que estabeleça o convívio entre os homens.

Hodiernamente percebe-se um grande desinteresse da sociedade brasileira pela política. Tal atitude é expressiva particularmente na mentalidade juvenil, que não mais possui interesse pelos grandes projetos e valorizam demasiadamente a subjetividade, excluindo a alteridade e a sensibilidade social, numa ascensão do individualismo e de egoísmo autárquico do ideal helênico.

Tal desinteresse, a meu ver, tem duas origens. A primeira foi a queda do socialismo real que fez ruir também a confiança nas lutas políticas para transformação do sistema desigual. A segunda é o neoliberalismo que prioriza um Estado mínimo e consequentemente pouco empenho político no campo social, na medida em que dá prioridade à regulação pelo mercado e a não intervenção estatal nas relações econômicas.

Entretanto, mesmo com as desilusões, devemos distinguir e perceber que tais atitudes não podem ser consideradas males ontológicos da Política, e sim precisamente contra os governantes que corrompem a autêntica forma de exercer o poder político. Em tempo eleitoral torna-se ainda mais evidente tais comportamentos. A maioria dos candidatos parte das necessidades mais genuínas, especialmente da população pobre. Assim o “cidadão” somente é reconhecido em período eleitoral.

(Quero lembrar o poema de Bertold Brecht)

Portanto, todas as posturas são essencialmente políticas, se há a indiferença, despreocupação, compra e venda de votos o indivíduo justifica e conserva o estado atual. Por outro lado se há a indignação é da mesma que nascerão as tentativas de reformas ou transformações sociais.

Nesse cenário a missão do filósofo (a) pode ser orientada pela seguinte afirmação de Marx: “os filósofos têm apenas interpretado o mundo de diferentes maneiras; o importante, porém, é transformá-lo”. Cabe então, à filosofia estimular e esclarecer para a sociedade o valor de uma política com princípios e valores éticos que realmente possibilite acesso igual de oportunidades para a população.


Edson Kretle, aluno do 6º período.

Seminário Música do ES